Foto: Polícia Federal
A Polícia Federal (PF) investiga o uso de helicópteros no tráfico internacional de drogas entre Brasil e Paraguai. De acordo com o delegado Bruno Gama, as aeronaves eram abastecidas durante os voos para agilizar e disfarçar o esquema. Na quarta-feira (30), o terceiro helicóptero foi apreendido na zona rural de Paraguaçu Paulista, em São Paulo. Os dois primeiros foram apreendidos em Anicuns, região oeste de Goiás, no dia 11 de agosto.
“Como a droga é oriunda do Paraguai, há um grande deslocamento. Para poder deslocar grandes distâncias, esses traficantes estão abastecendo a aeronave durante o voo. Ou seja, além de transportar a droga durante o trajeto, no interior da aeronave, também transporta galões de combustível para que possibilite o abastecimento interno durante o voo”, afirmou o delegado.
Segundo a PF, abastecer um helicóptero no ar nessas condições é considerado um atentado à segurança do transporte aéreo. Isso porque, como se trata de produtos combustíveis altamente inflamáveis, em caso de um pouso forçado, há grandes chances de uma explosão acontecer.
“Inclusive, essa aeronave está com a lateral quebrada. O vidro dela quebrou. O que a gente identificou é que quebrou durante um pouso. Imagina o risco”, lamentou o delegado.
O abastecimento no ar, segundo a polícia, também era feito para evitar qualquer tipo de flagrante em terra firme. As aeronaves ficavam escondidas atrás de árvores e arbustos para dificultar a ação policial.
Apreensão
Segundo a PF, a apreensão do terceiro helicóptero aconteceu em uma fazenda em São Paulo, onde a primeira aeronave apreendida também teria pousado antes de chegar em Goiás.
A suspeita é que o helicóptero tenha pousado durante o final de semana e tenha trago drogas do Paraguai. Durante a operação, no entanto, não foi apreendida nenhuma quantidade de drogas e nenhum suspeito.
No dia 11 de agosto, quando os dois primeiros helicópteros foram apreendidos, o filho de um fazendeiro de Anicuns foi preso suspeito de envolvimento com o esquema. Na ocasião, também foram encontradas duas armas de fogo e cerca de 400kg de cloridrato de cocaína.
Como funciona o esquema?
A PF começou a investigar o caso para coibir o tráfico internacional de drogas pelo ar, com o uso de pistas clandestinas. A partir de desdobramentos, descobriu que o grupo criminoso em questão usa helicópteros para trazer cocaína do Paraguai para Goiás.
Do estado goiano, o grupo passa a distribuir a droga para outros estados. Cidades do interior de São Paulo, por exemplo, fariam esse entreposto, segundo as investigações.
Por quê helicópteros?
De acordo com o delegado, os criminosos dão preferência ao uso de helicópteros para o tráfico internacional de drogas, pois essas aeronaves não necessitam de pistas longas, como aviões.
“O helicóptero possibilita você pousar em locais de difícil acesso, diferente do avião. O avião precisa de uma pista de pouso, o helicóptero não, ele pousa dentro de um lote baldio ou numa fazenda e isso aí dificulta as ações policiais”, afirma.
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